O abuso sexual de crianças e adolescentes pode ter sérias consequências de curto e longo prazo para a saúde mental das vítimas. O dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, tem como objetivo colocar o tema na agenda social. A cada dia, crianças e adolescentes vivenciam diferentes formas de violência nos diversos ambientes em que estão presentes.

Vários fatores tornam esse problema difícil de resolver. Uma delas é que, na maioria dos casos, a violência ocorre dentro de casa e o agressor é um familiar. Isso dificulta a identificação de casos de abuso e muitas vezes é ofuscado por crianças que são muito tímidas para denunciar ou familiares que descobrem o crime.

Outro ponto é que as crianças podem não ter a percepção do que está acontecendo. É por isso que desde muito jovem se fala sobre as partes íntimas do corpo e como os adultos não devem tocá-las.

Há também o problema de que raramente é ouvido pelas crianças e muitas vezes não tem muita credibilidade na sociedade. Tem que estar atento, questionador e aberto para que ela possa julgar se algo estranho está acontecendo.

A violência, como o abuso sexual, tem um impacto severo na saúde mental de suas vítimas, principalmente quando falamos de crianças e adolescentes. Identificar casos de abuso e fornecer apoio psicológico são fundamentais para lidar com esses traumas.

Estudos mostraram que as vítimas podem desenvolver distúrbios psicológicos, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que afeta 57% dos adolescentes que sofreram violência sexual. Ela também pode apresentar comportamento sexual impróprio para a idade.

Há ainda crianças que, por não conseguirem lidar com o trauma do abuso que muitas vezes ocorre, muitas vezes apresentam mecanismos dissociativos pelos quais não conseguem mais compreender cognitivamente a realidade da situação. Como se nada tivesse acontecido, você pode dizer que a realidade foi alterada mentalmente. No futuro, isso pode levar a problemas sociais, emocionais e comportamentais.

A infância é uma etapa importante na assimilação de valores básicos, cujos conceitos morais e éticos irão determinar a formação e estrutura da personalidade. Se a violência contra crianças e jovens não for identificada e abordada, eles podem crescer traumatizados e ter valores distorcidos.

Sem apoio psicológico adequado, essas vítimas podem ser vitimizadas por abusos que afetam suas respostas, impulsos e escolhas para o resto de suas vidas, incluindo a recorrência da violência.

É preciso falar sobre o assunto nas famílias, comunidades, escolas. O problema é real e vitimiza milhares de crianças. Conscientizar sobre a gravidade dos abusos e como acontecem, é um importante passo para que a sociedade esteja mais atenta e atue efetivamente no combate à violência sexual de menores.

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